Políticos presos no mensalão e no petrolão querem voltar ao poder em 2022
Brasil | Condenados, como João Paulo Cunha, planejam disputar eleição em 2022. Para o ex-petista Delcídio do Amaral, Ficha Limpa ainda é empecilho.
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Uma década atrás, o Supremo Tribunal Federal condenou 24 réus no processo do mensalão — um terço deles eram políticos. Poucos anos depois, uma nova série de condenações surgiu com a Operação Lava Jato. E, embora a maior parte dos condenados tenha visto sua carreira política afundar, outros sobrevivem como podem e pensam em disputar a eleição de 2022.
Em São Paulo, o petista João Paulo Cunha cogita disputar uma vaga de deputado federal em 2022. Ex-presidente da Câmara e ex-presidiário, ele já começou a mobilizar sua base eleitoral em Osasco: quer voltar ao Congresso. Mais discreto, o ex-deputado Carlos Rodrigues (conhecido como Bispo Rodrigues) faz os cálculos e também pensa em disputar um posto na Câmara Federal, 17 anos depois de renunciar ao cargo.
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Outros políticos envolvidos no escândalo do mensalão parecem ter optado por ficar longe das urnas, mesmo depois do fim do prazo de inelegibilidade previsto pela Leia da Ficha Limpa. O ex-deputado Pedro Henry, do PP, retomou a carreira de médico. Em 2020, quando trabalhava como legista, acabou exonerado pelo governador de Mato Grosso, Mauro Mendes.
O petista José Genoino nunca mais disputou uma eleição e raramente dá alguma declaração pública. José Borba, do PL, parece ter encerrado a vida política como prefeito de Jandaia do Sul (PR).
Outras duas figuras-chave do escândalo são hoje líderes partidários, mas sem mandato. Valdemar Costa Neto, mandatário do PL, não pensa em disputar eleições. Mas não abre mão do comando do partido, que agora tem entre seus filiados o presidente Jair Bolsonaro. Já o ex-deputado Roberto Jefferson, ao mesmo tempo corrupto condenado e delator do esquema, se manteve na presidência do PTB, até ser preso pelo STF, no chamado inquérito das fake news, no ano passado.
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Dentre os condenados pela Operação Lava Jato, boa parte (como o ex-deputado petista André Vargas) sumiu do mapa. Outros planejam disputar a eleição de 2022.
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Ex-governador do Paraná, Beto Richa tem admitido publicamente que cogita ser candidato a deputado federal pelo PSDB. Luiz Argôlo, também condenado na Lava Jato, buscará uma vaga pelo MDB da Bahia. Já o ex-senador Delcídio do Amaral, que chegou a ser preso, mas depois foi absolvido pela Justiça Federal, é o atual presidente do PTB em Mato Grosso do Sul. Apesar de continuar na política, ele não deve ser candidato. Em 2018, Delcídio tentou ser senador. Obteve apenas 5% dos votos — e, no fim, todos acabaram indeferidos, devido à Lei da Ficha Limpa. O Ministério Público considera que o ex-parlamentar continua inelegível até 2024, por ter renunciado ao mandato no Senado para fugir da cassação.
Gabriel de Arruda Castro, Revista Oeste.
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