Mandetta ironiza atos do dia 7: ‘Defender fome e desemprego?’
Mandetta ironiza atos do dia 7: ‘Defender fome e desemprego?’
No sábado (4), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) questionou, em tom crítico, o objetivo das manifestações em favor do governo, marcadas para o dia 7 de setembro. Nas redes sociais, ele pergunta o que os apoiadores do presidente Bolsonaro pretendem defender.
– Você que vai pra rua no 7 de setembro, está indo defender o que, exatamente? O aumento da fome e do desemprego, a gasolina cara, a crise energética, as mansões ou a impunidade do presidente e da família dele? – questionou.
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O ex-ministro da saúde mostra que nutri mágoas profundas pelo governo que tanto defendia. Com razão ou não, ele tem todo o direito de defender a sua visão de mundo, afinal de contas, estamos num país que supostamente é democrático.
A crítica dos agentes de saúde
A gestão de Mandetta no Ministério da Saúde, foi baste criticada por agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias, que se sentiram esquecidos pelo parlamentar, que nem mesmo os citava, quando fazia menção a atuação dos profissionais de saúde no combate à Covid-19. Os agentes praticamente deixaram de existir nos relatos diários de Mandetta. Ele somente lembrou dos ACS/ACE, após a confirmação de sua demissão.
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A queixa dos agentes tem fundamentação e expressa a contradição do ex-ministro, que afirma ser defensor dos interesses dos ACS/ACE. Entretanto, a distância entre o discurso eloquente (bem falante) e a realidade - conta com uma larga distância.
A situação delicada de Mandetta
Mandetta é citado em depoimento que envolve Witzel em propina. Ex-secretário de Saúde do Rio teria desistido de punir uma entidade após participar de uma reunião com o ex-ministro de MS.
O ex-ministro da Saúde sul-mato-grossense, Luiz Henrique Mandetta foi citado pelo pastor e empresário Edson Torres em seu depoimento no processo de impeachment do governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). Torres confessou ter participado dos desvios de dinheiro da Saúde do Rio, que era destinado para os envolvidos no esquema de corrupção, entre eles, Witzel.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo o empresário afirmou, que o ex-secretário de Saúde do Rio, Edmar Santos desistiu de punir uma entidade após participar de uma reunião entre o advogado da entidade, Roberto Bertholdo, e o ex-ministro Mandetta.
A entidade mencionada é o Iabas, que foi contratada para montagem e gestão dos hospitais de campanha no Rio, apesar de uma série de irregularidades cometidas na gestão de unidades de saúde no estado. O contrato para montagem e gestão dos hospitais de campanha é um dos pivôs do processo de impeachment de Witzel.
“No início de 2019, falávamos da incapacidade de gestão do Iabas no [Hospital] Adão Pereira Nunes, que seria necessário retirá-lo. Depois de 15 dias, Edmar voltou de uma reunião em Brasília com o [ex-]ministro Mandetta. Ele disse que lá, no gabinete do Mandetta, foi apresentado ao [Roberto] Bertholdo, e que pediu para poder fazer uma gestão para manter o Iabas”, disse Torres. Mandetta foi procurado pela Folha de São Paulo, mas ainda não se manifestou sobre o suposto encontro.
Bertholdo é advogado do Iabas e apontado pelas investigações como o real dono da entidade. Ele foi preso na Operação Tris In Idem. Ainda conforme a Folha de S. Paulo o Iabas já havia sido proibido pela Prefeitura do Rio de Janeiro de participar de licitações para gestão de unidades de saúde em razão de erros administrativos graves em contratos, gerando danos aos cofres públicos.
Ainda assim, a instituição foi escolhida sem licitação para gerir sete hospitais de campanha inicialmente por R$ 835,8 milhões. Witzel é acusado de ter responsabilidade nas fraudes para a contratação do Iabas. O governador afastado ainda receberia parte dos cerca de R$ 50 milhões recolhidos pelo esquema de desvios de dinheiro, entre 2019 e início de 2020. Conforme matéria do Campo Grande News.
Histórico delicado
Ex-secretário da Saúde de Campo Grande (MS) entre 2005 e 2010, durante a gestão de Nelson Trad Filho, o futuro ministro responde a um inquérito aberto quando ele estava no cargo. Ele é investigado por fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois na implementação de um sistema de prontuário eletrônico. Antes de assumir a pasta, ele foi presidente da Unimed na capital sul-matogrossense.
Auditoria feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) em 2014 mostrou que, apesar de o pagamento pelo contrato estar praticamente finalizado, o sistema não havia sido instalado nas unidades de saúde. O parlamentar nega irregularidades. O caso estava no Supremo Tribunal Federal (STF), mas foi remetido à Justiça Federal do estado depois da decisão da Corte que restringiu o foro privilegiado a parlamentares a crimes cometidos no exercício do mandato. Da Redação da Veja, atualizado em 21 novembro 2018.
CN - Conexão Notícia com informações de Monique Mello, Folha de São Paulo e do Campo Grande News.
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