Conheça os efeitos colaterais das vacinas contra Covid-19 em uso no Brasil
Conheça os efeitos colaterais das vacinas contra Covid-19 em uso no Brasil
Brasil | A aplicação das vacinas contra a Covid-19 no Brasil tem provocado dúvidas sobre seus possíveis efeitos colaterais. A reações mais comuns após a vacinação incluem dor ou sensibilidade e inchaço no local da injeção, além de febre baixa e dor no corpo, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim).
As pessoas também podem apresentar quadros de fadiga e calafrios, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os sintomas podem aparecer no momento da aplicação, ou entre 24 e 48 horas, e cessam em poucos dias.
Segundo o infectologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), Álvaro Furtado, as reações adversas podem ser classificadas em leves, moderadas e graves e são comuns a todas as vacinas disponíveis contra a Covid-19.
“Não são todas as pessoas que evoluem para eventos adversos. Quando aparecem, na maioria das vezes, são efeitos leves, transitórios com desaparecimento entre 24h e 48h, e não colocam em risco a vida da pessoa”, diz.
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O infectologista explica que não há indícios científicos de que uma vacina provoque eventos adversos mais intensos do que outras. “Para a Covid-19, apesar das vacinas serem produzidas com tecnologias diferentes, os eventos adversos são muito parecidos entre os imunizantes Pfizer, Coronavac, AstraZeneca, Covaxin, Sputnik e Janssen”, afirma.
A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) – Regional do Espírito Santo, Ana Paula Burian, ressalta que os eventuais riscos de eventos adversos graves após a administração da vacina são muito menores do que os da infecção pela Covid-19. Ela destaca a importância do monitoramento dos sinais e da procura por atendimento médico caso os sintomas persistam por mais de 48h ou se intensifiquem, independentemente da duração.
A especialista afirma que não há uma explicação científica do porquê algumas pessoas apresentam efeitos mais fortes do que outras após a vacinação. “Somos diferentes, não tem explicação para isso. Você pode vacinar irmãos, de uma mesma família, mesmo pai e mesma mãe, e um não ter sintoma nenhum e outro cair de cama, por exemplo”, diz.
Segundo Álvaro, não há como estimar a possibilidade de reação adversa. “Isso diz respeito à parte genética e imunológica, algumas pessoas têm mais eventos adversos, não tem como prever isso”, explica.
Quando buscar atendimento médico
Os especialistas ressaltam que todos os sinais de reação que possam estar relacionados à vacinação contra a Covid-19 devem ser acompanhados. O infectologista da USP recomenda às pessoas que apresentem sintomas persistentes, com duração acima de 72 ou 96h, procurar atendimento médico.
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“Pacientes que tenham alguma alteração clínica realmente diferente, que os impeça de fazer atividades habituais, alterações na pele ou neurológicas, dificuldade de movimentação, ou sintomas que vão piorando com o tempo”, explica.
O especialista afirma que a investigação médica é fundamental para esclarecer se os efeitos podem estar, de fato, relacionados com a aplicação da vacina. “Muitas vezes, a pessoa toma a vacina e começa a ter alguns eventos, mas aquilo tem uma outra causa. A função do profissional médico é avaliar se a relação de causa e efeito tem significância”.
Tecnologia x efeitos colaterais
Em geral, as bulas das vacinas autorizadas para aplicação no Brasil – Oxford/AstraZeneca, Coronavac, Pfizer/Biontech, Johnson & Johnson, Sputnik V e Covaxin descrevem reações adversas semelhantes. Os efeitos mais comuns citados são dor, sensibilidade e vermelhidão no local da aplicação, além de cansaço, indisposição, dores no corpo, febre e calafrios.
A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações explica que a ciência tem se desdobrado para investigar os possíveis impactos das diferentes tecnologias utilizadas para a produção das vacinas no desenvolvimento de efeitos colaterais.
Os imunizantes da AstraZeneca, Johnson & Johnson e Sputnik V utilizam uma tecnologia conhecida como vetor viral, um vírus enfraquecido que transporta os genes virais para dentro das células, estimulando a resposta imunológica.
Já as vacinas Coronavac e Covaxin utilizam uma versão do coronavírus inativado para desencadear a produção de anticorpos. O imunizante da Pfizer/Biontech, por sua vez, é produzido com a tecnologia do RNA Mensageiro(mRna), na qual o material genético sintético carrega o código genético do SARS-CoV-2 e estimula o organismo a gerar anticorpos contra o vírus.
Segundo a especialista, a relação entre as tecnologias e reações adversas específicas ainda é incerta. No entanto, estudos têm investigado principalmente o desenvolvimento de trombose por imunizantes que utilizam a tecnologia de vetor viral.
“É uma tecnologia nova, a relação que temos anteriormente é com a vacina de Ebola, que foi utilizada na África para conter a doença e que também era de vetor viral. O que ainda não sabemos é se todas as pessoas vão ter esse tipo de reação tomando essa vacina, só o tempo vai dizer”, afirmou.
Casos de pessoas que apresentaram coágulos sanguíneos supostamente relacionados à vacinação contra a Covid-19 foram registrados no Brasil e em países como Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, Bélgica e Canadá.
As investigações são contínuas e acontecem após a aplicação de diferentes imunizantes como Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech, Johnson & Johnson e Moderna. Entidades e organizações internacionais de saúde reforçam que os benefícios da vacinação são superiores aos riscos de infecção e agravamento pela Covid-19.
Independentemente da tecnologia utilizada, os imunizantes não permitem o desenvolvimento da Covid-19. As vacinas garantem proteçãoporque previnem a doença, especialmente nas formas graves, reduzindo as chances de morte e internações.
Embora não impeça o contágio nem a transmissão do vírus, a vacinação é essencial, já que induz o sistema de defesa do corpo a produzir imunidade contra o coronavírus pela ação de anticorpos específicos, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), efeitos colaterais moderados após a vacinação podem indicar que a vacina está funcionando e que o sistema imunológico está respondendo como deveria.
Reações alérgicas graves
De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), reações alérgicas são incomuns, mas podem ocorrer após a aplicação de qualquer vacina. Sintomas como falta de ar, coceira intensa ou paralisia muscular podem indicar reação alérgica à vacina e indicam a necessidade de busca por atendimento médico.
Segundo estimativas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, a reação alérgica chamada anafilaxia é extremamente rara após a vacinação contra a Covid-19, atingindo cerca de 2 a 5 casos por milhão de vacinados no país norte-americano.
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