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MG - No Dia Mundial da Saúde, servidores protestam contra 'catástrofe' em UPAs de BH

 O número médio de óbitos semanais em cada uma das nove UPAs de BH pulou de dois para 10 na última semana de março.  —  Foto/Reprodução.

MG - No Dia Mundial da Saúde, servidores protestam contra 'catástrofe' em UPAs de BH
Publicado no Conexão Notícia em 07.abril.2021.  

Agentes de Saúde | Trabalhadores falam em crescimento no número de mortes nas unidades nas últimas semanas: prefeitura da capital afirma que dobrou o número de leitos de urgência em março.

No contexto do Dia Mundial da Saúde, profissionais da saúde de Belo Horizonte protestaram contra a falta de estrutura e o crescente número de mortes nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), nesta quarta-feira (7). Para simbolizar o luto pela saúde, servidores manifestaram em frente a unidades da capital com cartazes, balões e roupas pretas, no início da tarde. 

O número médio de óbitos semanais em cada uma das nove UPAs de BH pulou de dois para 10 na última semana de março, segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel). A entidade informou que entre 26 de março e 7 de abril, morreram 96 pessoas nessas unidades no total.

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) respondeu que aumentou de 42 para 84 o número de leitos de urgência nas UPAs em março, diante da maior demanda de pacientes mais jovens e com sintomas respiratórios mais graves. A ocupação de leitos de enfermaria para tratamento de pacientes com Covid-19 está em 77%, e de UTI, em 94%, segundo dados do boletim mais atualizado da PBH.


O Sindibel explica que o aumento do número de mortes ocorre porque as UPAs não têm estrutura suficiente para atender a crescente demanda de atendimento a pacientes com sintomas da Covid-19. 

Há cerca de uma semana havia 225 pessoas na fila por uma vaga de CTI em BH. E para onde está indo a maioria delas? Para as UPAs, mas UPAs não são CTI. UPAs não têm profissionais suficientes, não têm equipamentos suficientes, bombas de infusão, respiradores, equipamentos de gasometria, não têm espaço físico suficiente para funcionar como CTIs em nossa cidade, diz Bruno Pedralva, médico e diretor do Sindibel. 

Com a pressão nas UPAs, os profissionais reclamam de esgotamento físico e mental. 

Estamos indignados e saturados com essa situação que vivemos nos últimos dias. Transformar as UPAs em CTIs sem condições de aparelhagem abalou muito a saúde mental de nossos trabalhadores. Ver as pessoas entubadas e essa quantidade de mortes, os trabalhadores penaram muitos nos últimos dias. Vimos trabalhadores chorando, saindo arrasados do plantão.

Afirma Cleide Donária, técnica em enfermagem na UPA Venda Nova, na região Norte da capital. 


Propostas da categoria

Para cessar o que chamam de "catástrofe" no sistema de saúde do município, o Sindibel propõe que sejam mantidas medidas de restrição à circulação das pessoas para conter o avanço do coronavírus. O sindicato também pede que seja aberto um hospital de campanha e que a vacinação na capital acontece de forma mais célere. 


É um grito de socorro. Enquanto não vier a vacina, é preciso que as medidas de afastamento social sejam mantidas e que as autoridades avaliem a possibilidade da criação de um hospital de campanha, diz o presidente do Sindibel, Israel Arimar. 

Resposta da prefeitura

A PBH reconhece que houve aumento expressivo na gravidade das demandas no sistema de saúde da cidade. 

Em 2021, de janeiro a março, as UPAs da capital realizaram mais de 156 mil atendimentos. No mesmo período do ano passado, foram realizados 210 mil. Entretanto, apesar da redução, houve um aumento significativo da gravidade no quadro clínico dos pacientes, que são mais jovens, e procuram as unidades demandando atendimento em leitos de urgência, disse a Secretaria Municipal de Saúde, em nota. 

Diante do aumento da demanda por atendimento de urgência, a prefeitura disse que dobrou de 42 para 84 o número de leitos de urgência nas UPAs no mês de março. E o número de leitos de observação passou de 207 para 320 no mesmo período. 

Sobre a implantação de um hospital de campanha, a PBH disse que esta não é uma estratégia da administração municipal, que optou por "investir nos hospitais da rede SUS-BH, com ampliação e/ou qualificação dos leitos nessas unidades para atendimento aos casos suspeitos de Covid-19".

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Foto: Fred Magno/O Tempo
Por RÔMULO ALMEIDA
Jornal O TEMPO

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Agente Comunitária de Saúde morta por coronavírus já havia tomado as duas doses da vacina
  ACS Nilvania da Costa Silva —  Foto/Reprodução.

Segundo informações compartilhada por Antonio Marcos, a agente de saúde deu entrada no Hospital Municipal de Bom Jesus das Selvas em 25 de março e faleceu no último dia 04 de abril, em um centro de saúde avançado em Imperatriz, referência no combate a doença.

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