Brasileiro está em vilarejo livre da covid ajudando crianças na África
Brasileiro está em vilarejo livre da covid ajudando crianças na África
Solidariedade | Enquanto o Brasil e o mundo vivem momentos dramáticos da segunda onda da pandemia, um brasileiro está em um vilarejo livre da Covid-19, pelo menos até agora – e tomara que continue!
Clayton Silva viajou para um lugar chamado Lukwambe, na Tanzânia, na África Oriental. Um lugar afastado de tudo, no meio do mato, onde ninguém ainda precisa usar máscaras, nem vive o medo de contrair a doença.
Clayton foi a Lukwambe para ajudar a comunidade, que vive sem água limpa, sem energia elétrica, sem escola e a comida é escassa. Depois de contrair Covid no Brasil, se recuperar e de negativar em novo teste, ele seguiu viagem por um motivo nobre.
O brasileiro foi para a África primeira vez em 2019, para levar bolas de futebol e tentar abrir uma escolinha para as crianças, mas percebeu que elas precisavam de muito mais e decidiu voltar este ano.
Natural de São Paulo, morador de Florianópolis, formado em ciências sociais e trabalhando com trade esportivo, Clayton Silva contou ao Só Notícia Boa sobre a realidade dura que os alunos de lá enfrentam.
Dificuldades
As crianças caminham quilômetros no meio da mata e passam por uma ponte de madeira caindo aos pedaços para chegar até a escolinha.
E muitos também não iam às aulas por falta de uniforme. “Como eles só tinham um uniforme surrado dado pelo governo – e quando ia para lavar não vinham para a escola – a camiseta que trouxe virou uniforme pra eles. […] Trouxe camisas que fiz com o símbolo do Santos, “SantosFC educação e amor ao futebol”. Uma lembrancinha mesmo. Uma para cada um dos 170 alunos”, contou Clayton Silva.
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A ajuda
Clayton conta que saiu em busca de recursos no Brasil para fazer um campo de futebol para as crianças aprenderem a jogar e um outro oficial para os adultos terem uma área de lazer.
Consegui verbas para os campos, antes da pandemia, [aí] parei a vaquinha. No final do ano decidi que voltaria para cá com ou sem pandemia. Iniciei outra vaquinha, agora para tentar fazer duas salas de aulas para eles.Fiz uma rifa com uma camisa autografada pelo elenco do Santosfc e consegui a verba para fazer as salas de aulas.
Animado, Clayton revela que o esforço deu certo.
Água limpa, aulas e comida
As salas de aula já estão prontas. Nos campos, na semana que vem serão colocados reservatórios de água para ter água limpa sempre na escolinha [de futebol].
Mas não tem como jogar sem se alimentar, por isso, Clayton está bancando a alimentação das crianças da escolinha do próprio bolso.
A cozinha da escolinha, agora vou ser o responsável para não faltar comida. Com menos de 100 dólares por mês, alimento todos os 170 alunos.
Pouco para eles é muito
Se as crianças aprendem, Clayton também. Ele conta que volta para o Brasil na semana que vem e vai trazer de lá uma verdadeira bagagem de vida.
O nosso pouco, para alguns é muito. Aqui é um local que não se parece com nada que já imaginei. Um modo único de viver. Eles se ajudam em tudo, um pelo outro, concluiu.
Por Rinaldo de Oliveira
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