“Nacionalismo da vacina” prejudica todos os países, diz próxima diretora da OMC
“Nacionalismo da vacina” prejudica todos os países, diz próxima diretora da OMC
Mundo | A próxima diretora-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Ngozi Okonjo-Iweala, alertou que o “nacionalismo da vacina” pode retardar o fim da pandemia da covid-19 no mundo. Segundo ela, o fato da grande maioria das doses estar nas mãos dos países mais ricos pode corroer o crescimento econômico de todas as nações.
A economista nigeriana foi oficializada na 2ª feira (15.fev.2021) como nova diretora-geral da organização. Primeira mulher a ocupar o cargo, ela assumirá o posto em 1º de março, com mandato até 31 de agosto de 2025.
Em entrevista à Reuters, Ngozi disse que sua principal prioridade é garantir que a OMC faça mais para lidar com a pandemia. A economista afirmou que a organização deve acelerar os esforços para suspender as restrições às exportações de medicamentos e de suprimentos necessários.
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Ninguém está seguro até que todos estejam seguros. O nacionalismo de vacinas neste momento simplesmente não compensa, porque as variantes estão chegando. Se outros países não forem imunizados, será apenas um retrocesso, disse ela.
Segundo Ngozi, estudos mostraram que a economia global perderia US$ 9 trilhões em produção potencial caso os países pobres não conseguissem vacinar suas populações rapidamente. Ela afirmou que metade do impacto seria suportado pelas nações mais ricas.
Tanto do ponto de vista da saúde humana quanto do econômico, ser nacionalista neste momento é muito caro para a comunidade internacional, declarou.
Ngozi disse estar animada com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de aderir à Covax Facility, iniciativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) para garantir acesso equitativo a imunizantes contra a covid-19.
Ao assumir a presidência dos EUA em 20 de janeiro, Biden reverteu a medida do ex-presidente Donald Trump de retirar os Estados Unidos da OMS e anunciou a adesão à Covax Facility.
A economista disse que teve uma conversa “fantástica” com consultores do USTR (United States Trade Representative, o escritório do representante de comércio norte-americano).
Acho que nossos interesses e prioridades estão alinhados. Os Estados Unidos querem trazer a OMC de volta ao seu propósito”, falou Ngozi. É sobre pessoas. É uma questão de inclusão. Trata-se de trabalho decente para pessoas comuns.
Referência no cenário internacional, Ngozi fala com frequência sobre questões como mudanças climáticas, saúde pública e desenvolvimento socioeconômico.
Poder360
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