”Nunca advogamos por lockdown nacional”, diz Organização Mundial de Saúde
”Nunca advogamos por lockdown nacional”, diz Organização Mundial de Saúde
Agentes de Saúde | Entenda o que é Globalização, Globalismo e Organização Mundial de Saúde.
Você já deve ter escutado, e até mesmo estudado bastante, o que significa o termo Globalização. Entretanto, talvez ainda não tenha ouvido falar sobre o conceito de Globalismo, ou, caso já tenha escutado, imagine se tratar de um sinônimo do termo anterior ou uma teoria da conspiração.
A palavra Globalismo não é nova, mas mesmo assim é totalmente desconhecida da maioria da população. Tanto é que no momento em que escrevo esse texto, o corretor automático do Microsoft Word indica que a palavra esteja escrita de maneira errada e, sugere, como correção, a palavra Globalização, já que a primeira não existe na sua base de dados.
O meu objetivo é esclarecer o conceito de cada um desses termos de geopolítica, e, portanto, fazê-los notar as suas diferenças.
Globalização
Esse termo, “Globalização” (como o compreendemos atualmente) começou a ser utilizado desde a década de 80 para definir o processo de aprofundamento da integração internacional das nações e seus povos, que fora impulsionado pelo avanço tecnológico e consequente redução dos custos e do tempo dos meios de transporte e comunicação.
Os aspectos básicos da Globalização são: o comércio e as transações financeiras; as movimentações de capital e investimento; a migração e circulação de pessoas; e a disseminação de conhecimento.
Globalismo
Já este é o termo utilizado para definir a crescente tentativa de transferência do poder da base territorial para uma base funcionalista localizada em um órgão supranacional. Ou seja, acima das instâncias nacionais de decisão.
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Essa suposta forma de governo transnacional fere frontalmente o princípio da autodeterminação dos povos, pois retirasse o poder legítimo de uma população, delimitada por uma base territorial, de determinar o destino de uma nação e o transfere gradativamente para um grupo de burocratas (membros não eleitos dessas organizações e instituições internacionais) a responsabilidade por diretrizes/sanções em determinadas funções (sociais, ambientais, econômicas, políticas, jurídicas, etc).
A ordem internacional vigente nasce da crença de que as guerras na Europa foram causadas pelo sentimento nacionalista, e que seria necessária uma nova forma de governo transnacional que unisse os povos em torno de interesses comuns, em uma coexistência pacífica.
O primeiro ensaio da ordem internacional atualmente estabelecida se dá em 1919 na cidade de Versalhes em Paris, com o surgimento da Sociedade (ou Liga) das Nações, precursora da Organização das Nações Unidas (ONU). Essa organização internacional (Liga das Nações), idealizada pelas potencias vencedoras da 1ª Guerra Mundial, responsabilizou, por meio do famoso e trágico Tratado de Versalhes, a Alemanha pelo conflito, estabelecendo severas sanções, dentre elas: indenizações pelos prejuízos causados durante a guerra; perda de uma parte de seu território; restrições ao tamanho do exército, etc. Foram exatamente essas sanções supranacionais que ampliaram ferozmente a crise socioeconômica e política da nação germânica, o que fomentou um sentimento revanchista que permitiu a ascensão do imperialismo Nazista na década de 30 e a consequente 2ª Guerra Mundial.
Um exemplo bem atual de rejeição ao Globalismo foi o Brexit (British + exit), ou seja, a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) que ocorreu oficialmente no início desse ano. Em 2016, os britânicos saíram das suas residenciais para votarem o referendo, e o resultado majoritário foi pela decisão de saída dos ingleses da referida organização internacional, pois a maior parte da população entendeu que perdiam soberania estando sujeitos às regras do bloco econômico, tendo poucas compensações que justificassem a sua permanência.
Não bastando a incontestabilidade do que já foi exposto, apresentarei um último caso para que fique ainda mais evidente como o conceito descrito pelo termo Globalismo diz respeito a um fenômeno da “ordem” global perfeitamente visível, e com consequências reais e diretas na sua vida, que é o caso da OMS.
OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS), fundada em 1948, é uma agência especializada subordinada a Organização das Nações Unidas (ONU). É o principal organismo consultivo de relevância internacional responsável por tratar de questões relacionadas à saúde. Em uma pandemia, como a de corona vírus que vivemos, o mínimo que se poderia esperar de um órgão como esse, seria o extremo cuidado na divulgação e coordenação de diretrizes aos estados-membros. Mas, o que pode ser observado desde o início foi o mais absoluto desastre, senão vejamos:
A OMS negou que o vírus fosse transmissível entre humanos até o fim de janeiro, mesmo com os avisos de Taiwan quase um mês antes;
2 meses após o início, a OMS afirmava que não se tratava de uma emergência de saúde pública de interesse internacional;
Na mesma época, a OMS não recomendava o uso de máscaras para os não infectados;
3 meses após o início do surto, a OMS afirmou que ele estava controlado fora da China, e que, portanto, os países não deveriam fazer qualquer restrição nos comércios e viagens;
Na mesma época, repudiou a atitude antecipada de alguns os países que fecharam suas fronteiras temporariamente para viagens vindas da China, acusando-os de xenofóbicos;
Somente 4 meses depois, e 114 países infectados, foi que a OMS declarou pandemia;
A OMS cancelou o investimento em pesquisas com a Hidroxicloroquina, baseada em estudo fraudulento publicado na revista científica Lancet, tendo que voltar atrás semanas depois;
A diretora do programa de emergências sanitárias da OMS, Dr.ª Maria Van Kerkhove, afirmou os estudos estão apontando que a transmissão do vírus por assintomáticos é rara.
Declarou, mais recentemente, que o órgão nunca advogou por um lockdown de amplitude nacional.
E foi com base nesse suposta autoridade da OMS, no quesito saúde, que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ao arrepio da CFRB/88, sugeriram anular quaisquer medidas que o Governo Federal adotasse e que fossem contrárias às estritas determinações do órgão.
Diante do exposto, conclui-se razoavelmente que os conceitos são notadamente distintos, mas que naturalmente comunição entre si. E, ao final, deixo essa frase curta, mas assertiva do Filósofo e Teórico Político Israelense Yoram Hazony sobre o tema: “A fim de contribuir para que o debate seja tão claro quanto possível, darei ao termo “globalismo” o significado óbvio que carrega – uma nova versão do antigo imperialismo”.
Por: Jason de Almeida Barroso Medeiros, 26 anos, bacharelando em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco; Oficial da Reserva pelo CPOR/R;
Foto: OMS
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