Suspeita de ‘rachadinha’ em gabinete de Marília Arraes (PT) agita reta final da campanha no Recife
Suspeita de ‘rachadinha’ em gabinete de Marília Arraes (PT) agita reta final da campanha no Recife
Publicado no Conexão Notícia em 25.nov.2020.
Agentes de Saúde | A reta final da disputa entre os primos João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT) tem como novo ingrediente a suspeita da prática de "rachadinha" no gabinete da petista quando ela ainda era vereadora. Marília, hoje deputada federal, exerceu mandato na câmara municipal entre 2009 e 2019. O Ministério Público de Pernambuco fez uma investigação para apurar denúncia de que funcionários de Marília devolveriam 60% do salário. O caso, revelado pela revista Veja, foi arquivado por falta de provas na esfera penal, onde a acusação era de peculato (desvio de dinheiro público), mas há ainda uma ação de improbidade administrativa.
De acordo com ofício do Ministério Público ao qual O GLOBO teve acesso, que embasa a ação cível, restou "apurado o enriquecimento ilícito" de quatro servidoras comissionadas, que seriam funcionárias fantasmas. Segundo o MP, elas:
Trabalhavam em outros órgãos e empresas enquanto recebiam remuneração da Câmara Municipal do Recife, sem a devida contraprestação laboral.
Pede-se que Marília e a servidora devolvam R$ 156 mil aos cofres públicos.
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O caso ganhou nova dimensão anteontem, quando o site da "Veja" revelou um áudio no qual o deputado Túlio Gadêlha (PDT-PE) diz que Marília lhe incentivou a montar caixa de campanha com salário de assessores. Na gravação, o deputado afirma que a petista lhe teria dito para juntar R$ 30 mil da assessoria. Gadêlha hoje apoia Marília. Ele diz que o áudio está "descontextualizado" e que recorrerá à Justiça para requerer reparação.
O processo foi alvo de discussão entre os candidatos em debate realizado na terça-feira pela TV Jornal, do Recife. João Campos disse que Marília deveria explicar qual era sua participação no suposto esquema. Ao introduzir o assunto, ele disse que escolhe sua equipe de assessores na Câmara dos Deputados com uma "seleção pública".
- A candidata Marília não pode dizer o mesmo (sobre a seleção de funcionários). Ela é acusada pelo MP de ter funcionários fantasmas no seu gabinete, e o Recife precisa saber sobre isso - disparou João Campos.
Marília, então, se refere ao arquivamento da acusação por peculato para dizer que tratava-se de um fato velho.
- Esse fato está sendo requentado junto com diversas fake news - declarou.
Ao GLOBO, a campanha da petista reiterou que não há fundamento nas acusações.
Marília já aguardava esse tipo de movimento político de véspera de eleição. Mas ela continuará a conduzir a sua campanha de forma elevada, animada e motivada, buscando conquistar o coração e a consciência dos recifenses com amor e não com ódio.
Agência O Globo
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