Fortaleza concentra 48% dos casos de dengue com sinais de alerta no Ceará registrados em 2020.
Das 146 confirmações relacionadas à esta manifestação da doença, 71 aconteceram na Capital. — Foto/Reprodução/Fabiane de Paula.
Fortaleza concentra 48% dos casos de dengue com sinais de alerta no Ceará registrados em 2020.
Agentes de Saúde | De acordo com levantamento da Secretaria da Saúde (Sesa), Fortaleza é considerada uma cidade com infestação média de Aedes Aegypti, vetor da dengue. Locais como cisternas, tanques e terrenos abandonas seriam 68% dos espaços com foco de dengue no Estado.
Desde o início de 2020, Fortaleza é a cidade com maior número de casos de Dengue com Sinais de Alarme (DCSA) do Ceará. A Capital registrou até o momento 71 manifestações desse tipo da doença, o equivalente a 48% do acumulado cearense, com 146 casos. Além disso, a cidade é o município com maior incidência da forma grave da dengue, contabilizando 5 das 12 ocorrências registradas no Estado; 3 delas evoluíram para óbito.
As informações constam no boletim epidemiológico mais recente sobre arboviroses do Cará, publicado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) na última sexta -feira (26). O documento expõe os registros de dengue entre 1° de janeiro e 20 de junho. A Pasta considera como sinais de alarme a manifestação de dor abdominal persistente, sinal de sangramento e tontura, além dos sintomas clássicos da dengue.
Por outro lado, o histórico da doença na Capital também estaria por trás do aumento de casos com sintomas graves. “Fortaleza convive com a dengue desde 1986. A grande maioria das pessoas já teve dengue uma vez. Pela própria dinâmica da doença, isso aumenta a chance de ter a manifestação mais grave”, explica o médico.
Sorotipo
Anastácio adiciona ainda que a concentração de casos mais grave na Capital pode ser explicada pela transmissão de mais de um tipo de dengue. “Com essa circulação ao mesmo tempo, a chance de infectar mais pessoas é maior. Se você pegou uma versão anterior, por exemplo, está imune aquela mas não a outra e pode ser infectado de novo”, indica.
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Até o momento, de acordo com o boletim da Sesa, Fortaleza é o único município cearense em que dois tipos sorológicos da dengue (DENV 1 e DENV 2) circulam simultaneamente. Em 2019, além da Capital, outras quatro cidades indicaram circulação dupla da doença. Foram elas Jati, Iguatu, Maracanaú e Palhano.
Infestação
Entre 1° de janeiro e 20 junho, a Capital também acumulou mais casos de dengue em relação ao mesmo período no ano passado. Neste ano, 4.661 ocorrências foram relacionadas à doença, de acordo com o boletim epidemiológico mais atual da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), atualizado no dia 26 de junho.
O crescimento é 102% comparado ao mesmo intervalo de 2019, com 2.298 casos registrados. Apesar dessa superioridade, o documento publicado pela SMS, explica que a transmissão permaneceu dentro do padrão endêmico do município.
A Secretaria da Saúde também monitora a incidência do mosquito Aedes Aegypti, vetor das arboviroses dengue, zika e chikungunya no Estado. O acompanhamento é feito através do Levantamento Rápido de Índice para Aedes Aegypti (LIRAa/LIA). A primeira avaliação deste ano retornou que Fortaleza é um dos 38 municípios considerados com média infestação. O mesmo diagnóstico aponta que 75% dos municípios cearenses estariam com menos de 1% de infestação, índice considerado satisfatório.
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